Emoções
Nós temos múltiplas emoções. Por vezes são contraditórias e modificam-se com rapidez, outras vezes conservam-se por muitos anos. Estas emoções sofrem mediação e variação química-hormonal. Ou seja, além do significado delas mesmas, elas são potencializadas ou suavizadas por fatores hormonais, pré-disposição hereditária e desequilíbrios químicos.
As emoções têm uma linguagem própria, por vezes a depressão pressupõe uma não aceitação de si mesmo ou de algum acontecimento em sua vida. A crença de que algo não poderia ter ocorrido leva-o a deprimir. Estabelecendo-se uma “briga” interior: você com você mesmo e com o mundo.
A raiva implica na quebra de um acordo firmado, o afastamento do combinado, pode conduzi-lo a hostilidade; surgem sentimentos de: injustiça e ingratidão.
A inveja revela seus objetivos não alcançados, você observa estes objetivos realizados pelo outro. É como se você assistisse suas metas realizadas por outra pessoa.
A vingança é o desejo de que a pessoa (que você acredita) que lhe fez sofrer experimente o que você viveu. É o desejo de que esta pessoa possa compreender a dor que você sentiu nela mesma.
A saudade é vontade de “tudo de novo”, muitas vezes você está com saudades de você mesmo, das emoções que sentiu no passado. Lembranças que surgem como flashes fazem você lembrar de sua identidade.
A preocupação é quando você antecipa situações que não ocorreram e podem nunca ocorrer. Tentando se preparar para algum possível acontecimento. Você passa a se ocupar de algo futuro, produzindo ansiedade.
O medo e suas reações expressam sua autoproteção por algum motivo que você se julga ameaçado, desde que não paralise e seja baseado na realidade pode garantir sua sobrevivência.
O amor se exprime através de sentimentos afetuosos, de relaxamento, calma e satisfação, facilitando especialmente a cooperação e o compromisso com o outro.
A felicidade silencia preocupações, produzindo disposição e energia para agir no agora, rumo a realização de suas metas.
É fundamental que você reconheça suas emoções e aprenda a lidar com elas. Mas lembre-se: você é muito mais que suas emoções, você possui valores, propósitos, metas e um sentido que dá a sua vida. Considere suas emoções, mas não se torne escravo delas. Administre-as com discernimento.
*Alexandre Rivero é Psicólogo, Professor Universitário, Mestrado pela USP e Diretor Clínico do Consultório de Psicologia e Ressignificação Humana.
Obs: Texto publicado na Coluna Caro Leitor, no jornal Gazeta do Ipiranga, dia 26/06/2015.